7 direitos de grávidas que você tem que conhecer

1 CHORAR E RIR AO MESMO TEMPO SEM SER CONSIDERADA LOUCA

A culpa é dos hormônios. “A progesterona alta da gravidez deixa a mulher em um estado de tensão pré-menstrual constante”, explica a obstetra Daniela Gouveia, do Hospital São Luiz (SP). A analista de sistemas Fabiana Loturco, 36 anos, experimentou essa montanha-russa emocional logo no começo da gravidez de Danilo, hoje com 5meses: assistindo a um telejornal, chorou copiosamente quando viu que o marco civil da internet havia sido aprovado, no ano passado. “Chorei de soluçar. Eu falava para o meu marido que nosso filho ia nascer em um país livre!”, conta. O choro descontrolado significava que Fabiana estava muito feliz e o marido dela, é claro, ficou confuso. “A gravidez também traz à tona muitos sentimentos e, por isso, a mulher se emociona com tudo ou se irrita mais facilmente”, explica a psicóloga Priscila Gasparini, do Hospital Beneficência Portuguesa (SP).

2 PÔR AS PERNAS PARA CIMA NO MEIO DO EXPEDIENTE

As grávidas podem (e devem!) colocar pernas e pés para cima sempre que puderem ou estiverem inchadas. O aumento em até 40% no volume de sangue da gestante é um dos responsáveis por isso. “O sangue extra serve para suprir a demanda do útero e proteger a mãe de uma possível perda sanguínea no parto”, explica o obstetra Eliezer Berenstein, do Hospital Albert Einstein (SP). Esse excesso se deposita em pernas, pés e mãos. A empresária Bruna Cortes, 27 anos, ficou muito inchada no último trimestre da gravidez de Lucas, hoje com 1 ano e 5 meses, e colocava as pernas sobre uma cadeira enquanto trabalhava. “Várias vezes os clientes passavam pelas salas e me viam folgadona.” Essa posição ajuda, mas não resolve totalmente, segundo a obstetra Daniela Gouveia. “Para desinchar, pernas e pés têm de ficar acima da altura do coração”, ensina. A melhor posição é deitada com as pernas para o alto. Para minimizar o desconforto, é preciso beber bastante líquido, fazer atividade física e usar meia elástica de leve compressão.

3 ROUBAR OS TRAVESSEIROS (SIM, SÃO TODOS SEUS!)

A chef de cozinha Flávia Spielkamp, 32 anos, deixou só um travesseiro para o pai de seus filhos. Ela está grávida da Helena, deu à luz Arthur no ano passado e é mãe da Gabriela, 8 anos. “Estou enorme e tenho muito o que acomodar: cabeça, peitos, barriga e pernas”, justifica sobre o uso de cinco travesseiros. “A gestação muda a estética corporal, projetando a barriga para frente e o bumbum para trás”, explica a obstetra Daniela Gouveia. “E aí aparecem as dores, principalmente na lombar. Apoiar bem costas, peito e pernas, com um travesseiro no meio delas, é fundamental.

4 IR AO BANHEIRO DOS HOMENS OU FAZER XIXI EM ÁRVORES

A psicóloga Sav Marie, 35 anos, foi alertada do “direito” de usar o banheiro masculino sem culpa por uma colega de trabalho na gestação do filho João, 2 anos. No hospital onde trabalhavam, o banheiro feminino vivia cheio. “Um dia, estava quase chorando de vontade de fazer xixi e ela, que é mãe de duas crianças, disse: ‘Vá ao masculino! Banheiro é tudo igual’”, lembra Sav. Já a
naturóloga Mônica Di Giovanni, 26, flexibilizou ainda mais essa nova regra: fez xixi em uma árvore do parque onde corria. “Um casal me olhou surpreso e eu disse que o bebê estava apertado.” Mônica estava no sétimo mês de gestação de Leonas (hoje com 10 meses),
fase em que a bexiga já está super comprimida e os intervalos entre as idas ao banheiro são mais curtos. Segundo o obstetra Eliezer Berenstein, a gestante também troca o líquido amniótico a cada oito horas, o que faz com que tenha três vezes mais vontade de ir ao banheiro do que uma mulher que não está grávida. Mas, atenção: se a necessidade constante de urinar estiver acompanhada de febre e dor no baixo ventre, pode ser sinal de infecção urinária. “Para evitá-la, a grávida tem que beber muita água, alimentar-se bem e não segurar o xixi, porque a urina é um meio de cultura para as bactérias que provocam a doença”, explica a obstetra Daniela
Gouveia.

5 COMER COISAS BEM ESTRANHAS

Existem mulheres com desejos muito bizarros na gravidez. Elas simplesmente querem comer coisas que, em tese, não são comestíveis. Como… carvão. “Eu via aquele carvão molhadinho e crocante e não me aguentava”, conta a dona de casa Ana Carina Linares, 27 anos, que mora na Dinamarca, onde é comum deixar um pedaço de carvão ativado dentro do filtro para purificar a água. “Eu roía o carvão todo. Era incontrolável”, conta a mãe de Olívia, 10 meses. Já o desejo da psicóloga Richelle Avelino, 27, era barro. “Raspava a parede de tijolo baiano da casa da minha sogra e comia”, diz a mãe de Arthur, 4 anos, e Ana Clara, 1. Richelle também lambeu um portão de ferro. “Senti um prazer tão grande que não parava de lamber”, lembra. Grávida de oito meses de Valentim, a analista de marketing Ana Carolina Rocha, 27, tem uma vontade louca de comer pasta de dente. E a arte-educadora Juliana Bolanho, 29, rendeu-se ao desejo e ingeriu sabonetes durante toda a gestação da caçula, Tarsila, de 3meses. “Comprei de marcas diferentes para experimentar!” Essas histórias parecem loucura, mas não são. O corpo é sábio e demonstra em forma de desejo que algum nutriente está faltando, como ferro, cálcio, zinco, selênio ou potássio. “Quando eles não estão em quantidade suficiente no corpo da grávida, seu instinto de preservação a leva a buscá-los. Há cálcio em paredes caiadas, e ferro na terra e em estruturas metálicas como portões. O potássio está nos sabonetes e em pastas de dentes”, explica o obstetra Eliezer Berenstein. O ferro da mãe, por exemplo, é quase todo consumido pelo bebê na gestação. A solução está em investir na alimentação. “Carnes, principalmente vermelha, feijão, beterraba e vegetais de folhas escuras, como brócolis, espinafre e agrião, são fontes importantes de ferro”, diz a nutricionista Karyna Pugliese, de São Paulo. Às vezes, é necessária a suplementação. O potássio pode ser obtido em itens como feijão, soja, amendoim torrado, ameixa seca, chicória e bacalhau. Já o cálcio está no leite de vaca e de soja, queijos, coalhada, tofu e couve crua.

6 ESQUECER UM POUCO DE TUDO E DE TUDO UM POUCO

A médica Kelem Cabral, 34 anos, esqueceu que tinha ido para o trabalho como próprio automóvel e voltou para casa de táxi. À noite, procurou o carro na garagem do prédio e, como não achou, acreditou que tinha sido vítima de roubo. Ligou até para o marido, apavorada. Aquele inchaço da gravidez, tão visível nas pernas e nos pés, também atinge o cérebro, atrapalhando as conexões dos neurônios, segundo a obstetra Daniela Gouveia. “Por isso, a grávida tem que anotar suas tarefas, mesmo as mais cotidianas.”A progesterona, hormônio responsável pelo metabolismo de toda a gestação, também tem sua dose de culpa, segundo o obstetra Eliezer Berenstein. Caroline Avilez, 29, mãe da Helena, 2, e grávida de cinco meses da Sofia, fez uma lousa na parede de casa para anotar as datas de exames e de vencimento das contas. Mas as trapalhadas vão além. Dia desses tentou pagar o supermercado como cartão do SUS e a farmácia como cartão fidelidade de um laboratório.

7 VESTIR-SE DE QUALQUER JEITO OU NÃO VESTIR NADA

A administradora de empresas Kátia Schaedler, 35 anos, que acabou de dar à luz os gêmeos Brian e Bernardo, vestia em casa só uma canga de praia amarrada no pescoço. “É mais prático e fresco.” Já a personal trainer Ana Paula Endo, 30, tirava a calça no carro e, ali, ficava apenas de camiseta e calcinha no final da gestação da Julia, hoje com 10 meses. Segundo a obstetra Daniela Gouveia, a culpa é do calor que consome as grávidas, independentemente da estação. “O líquido amniótico funciona como uma bolsa de água quente e, por isso, as grávidas sentem um calor que parece fora do normal”, explica. “Só as grávidas no final da gestação me entenderão!”, decreta Ana Paula.

Fonte: Revista Crescer